Muitos me perguntam o que me fez acessar as ideias para a construção da Holoterapia Biodinâmica.
Para que eu possa responder contarei um pouco da minha história pessoal.
Minha mãe, hoje falecida, sempre relatava que nos meus primeiros anos de vida eu apontava para uma janela e procurava, com as mãos, mostrar que havia alguma coisa. Em algumas vezes, ainda bebê, estando no colo dela, olhava e sorria como se estivesse vendo alguém e abria os braços fazendo menção com o corpo que queria ir com a outra pessoa. Olhava para minha mãe e insistia em sair do colo dela e ir para o colo de alguém que minha mãe não via. Outras vezes, já com um ano de idade, respondia a chamados sem que alguém estivesse ali presente, indo em direção ao local, gesticulando os braços e as mãos como se estivesse abraçando alguém e recebendo abraços. Em alguns desses encontros, eu chorava não querendo que a suposta pessoa fosse embora.
Contava ela, que algumas vezes, eu ficava chamando pelo nome de Mia. Aos quatro anos de idade meu tio materno, ainda adolescente, me chamou para lhe dar um abraço porque meus avós estavam mudando para outra cidade. Quando fui abraçá-lo eu vi atrás dele o espírito de um senhor de pele bronzeada, cabelos e barba branca, suas roupas eram azuis claras com um jaleco branco sobre sua camisa. Um clarão e uma nevoa branca, envolveu a nós três. A sensação de serenidade e alegria foi muito marcante, tanto que sou capaz de descrever, atualmente, como foi na época, com detalhes do local, da camisa branca que meu tio usava, da sua figura, da casinha de ferramentas, da grama, do céu nublado e ainda que era um dia frio. Eu estava vestida com um casaquinho de lã verde musgo com uns botões verdes transparentes, que eu adorava admirar.
Esta foi a primeira experiência em que eu tive lucidez plena do que estava ocorrendo ali conosco. E foi o meu primeiro contato com essa consciência que foi meu amparador por 48 anos.
Meus pais eram católicos, mas minha mãe gostava e frequentava o espiritismo, herança de conhecimento que herdou do pai dela. Eu tinha um questionamento que me intrigava muito, que era estar vendo e convivendo com os espíritos em todos os lugares: em casa, na rua, na escola, na igreja, mas que outras pessoas não viam, não sentiam, exceto uma senhora que era japonesa e que morava na minha cidade, e que tinha um salão nos fundos da casa dela onde atendia as pessoas fazendo preces e benzimentos. Suas preces eram feitas na sua língua nativa.
Essa senhora era médium, que além de aplicar energia esclarecia todos que a procuravam. Ela foi a minha primeira mestra, que me auxiliou e esclareceu sobre meu parapsiquismo. Absorvia suas aulas práticas e teóricas que me faziam muito bem.
Naquela época eu jamais poderia dizer a outras pessoas o que via vivia e sentia. Com ela eu podia relatar tudo porque ela me entendia.
Durante todos esses anos não perdi o contato com outras dimensões e com outros amparadores. Aos 17 anos fui convidada a fazer parte de uma reunião espírita, na qual o orientador era um parapsíquico e médium, com longos anos de experiência em esclarecimento e tratamento para os que o procuravam. Sua equipe era composta de pessoas muito maduras e responsáveis, que trabalhavam com amor, respeito e carinho por todos que eram atendidos. Ele era uma pessoa disciplinada, que mantinha hígido seu pensamento sobre a conduta cosmoética perante os amparadores e as pessoas que buscavam tratamento no seu centro espirita. Atendia emergências a qualquer hora que fosse chamado. Era pontual e jamais iniciava ou encerrava suas sessões com atraso. Todos o respeitavam, inclusive os espíritos. Aos 25 anos de idade fui morar em São Paulo onde fiz alguns cursos. Trabalhei como voluntária em uma casa espírita, e já casada fundei um Centro Espirita em São Bernardo do Campo onde pude auxiliar as pessoas durante oito anos. Continuei com minhas pesquisas e leituras. Montei uma biblioteca e à medida que ia avançando nos estudos, pesquisas e experiências fora do corpo fui entendendo e compreendendo que o parapsiquismo, ou ser médium, não está relacionado somente à religião e ao místico. Foram fases de aprendizagem prática em que fui evoluindo e vivenciando o parapsiquismo compreendendo que todos irão atingir a maturidade parapsíquica. E que a utilização deste não se restringe a trabalhos de assistir outras pessoas, podendo ser utilizado nas diferentes profissões, nos relacionamentos e na sua vida como um todo. É um processo natural que independe de religiosidade.
Em 1986 tive uma experiência fora do corpo que ampliou minha visão da multidimensionalidade, e que graças a essa experiência, um ano depois acessei a continuidade do meu trabalho, que passei a chamar de missão multidimensional. Esta experiência me levou a conhecer Waldo Vieira o que chancelou todas as minhas experiências parapsíquicas.
Em janeiro, de 1987, acessei o protótipo do meu projeto de terapia multidimensional. Estava assistindo um filme que versava sobre a história verídica de um casal considerado almas gêmeas, que se uniram para realizar um projeto para atender crianças órfãs de guerra, que me fez rever um projeto que já havia acessado através da clarividência. Naquela noite ao fazer meditação entrei em estado alterado de consciência, e já fora do corpo, vi e percebi que estava numa escola de terapia ligada a um hospital. Reconheci o local, os amparadores que ainda não tinham renascido, e algumas pessoas que eram do meu conhecimento desta vida, e que tinham dessomados (desencarnados). Fui andando por um corredor que eu conhecia e entrei em uma sala que eu trabalhava quando ainda não tinha renascido. Tudo era muito familiar e ali acessei parte do trabalho que havia planejado fazer quando renascesse aqui na Terra. Veio a informação de que continuo trabalhando no local quando durmo e saio em projeção (viagem astral). Ao voltar para o corpo peguei meu caderno de anotações e escrevi durante um dia e uma noite tudo sobre o projeto. Mantenho meus cadernos de anotações até os dias atuais.
Em 1988, iniciei meus estudos de Psicologia na Unifec de São Caetano do Sul. Em 1992, já tendo concluído meu curso, fui convidada pelo professor Waldo Vieira a fazer parte do grupo de pesquisa da Consciencioterapia, que estava sendo formado. Procurei contribuir com uma parcela do projeto que eu havia desenvolvido. Com o decorrer do tempo todos os sinais premonitórios foram decisivos para saber que não era naquela Instituição que eu concretizaria a ideia. Foi uma escola fantástica onde pude confirmar como fatos verdadeiros minhas experiências parapsíquicas. Aprendi muito e sou grata.
Em janeiro de 1997 já residindo em Porto Alegre com minha família e a colega Rosely Danin, que aderiu a proposta, prosseguimos dando continuidade ao projeto. Elaborei o construto teórico e prático. Procurei fundamentar ainda muito influenciada por todas as teorias que havia estudado, porque havia a necessidade de alicerçar bem as bases do trabalho.
Graças as minhas vivências parapsíquicas e projetivas, as leituras e pesquisas e a prática do atendimento terapêutico, consegui sistematizar, organizar e aplicar a Terapêutica Educativa Multidimensional, reunindo às experiências multidimensionais, as técnicas psicológicas, aprofundando a pesquisa e a experiência, construindo a metodologia a partir da prática, desenvolvendo um processo instrumental moldando as bases de um novo modelo terapêutico. Assim nasceu a Holoterapia Biodinâmica. Holo porque procura conduzir a pessoa para seu núcleo consciencial, onde ela pode acessar sua história de maneira a entender que tudo o que há no universo há em si. E que pode contatar outros seres em outra dimensão que podem auxiliá-la no trato de suas dificuldades; que pode ter acesso à maturidade conquistada em outras existências; projetos e outras necessidades de apoio ao crescimento intelectual, emocional e espiritual. Biodinâmica porque ao longo das experiências práticas, a Holoterapia demonstrou bons resultados desde as primeiras sessões holoterápicas, onde a pessoa descreve em seus relatos os efeitos positivos do tratamento.
A formação da equipe para a realização dos atendimentos e tratamentos é composta de profissionais que foram formados nos primeiros grupos do curso de Holoterapia Biodinâmica, considerados Holoterapeutas; e a equipe de espíritos, denominados de amparadores, responsáveis pelo tratamento espiritual de desbloqueio energético, paracirúrgico, desassédio e auxílio ao holociente à rememoração de lembranças de fatos vividos nesta vida, na sua infância, adolescência, adulticidade, como também as lembranças de fatos anteriores a essa vida.
Eu além de considerar como passado as retrocognições pertinente a vidas anteriores a essa, entendo que o que se vive nesta após o momento em que ocorreu a vivência já faz parte de um passado recente. Essas ocorrências formam o nosso arquivo informacional que recebe o nome de Holomemória que compõe a nossa Holobiografia.
As sessões holoterápicas são constituídas de sessões com técnicas e dinâmica verbal. A terapia e distribuída em Programações Holoterápicas compostas por 10 a 12 sessões.
Atualmente estamos com três Programações Holoterápicas. No encerramento da primeira programação, holoterapeutas e holociente avaliam os resultados, e de acordo com a avaliação, é sugerida a segunda programação. Havendo necessidade propõe-se a terceira. Um dos objetivos é auxiliar a pessoa a aprender e instalar o hábito de fazer a autoterapia, estando mais atenta a ideias e incômodos que geram questionamentos e reflexões primárias ignoradas ou não valorizadas que podem contribuir muito na redefinição da reciclagem comportamental e do projeto de vida.
A Holoterapia Biodinâmica esta inserida no contexto das terapias integrativas, holísticas, sem conotação religiosa ou mística. A proposta está voltada para todas as pessoas que buscam interagir com novas formas de se terapêutizar. Dentre suas modalidades de atendimentos temos a preparação de pais para receberem o futuro filho, aprofundando o autoconhecimento grupocármico, com o objetivo de reconhecer a consciência que virá integrar a família.
Jul 15, 2018